Fazendo uma retrospectiva da minha história percebi o quanto minha relação com a cozinha se transformou e me transformou.
Quando criança era um tanto apaixonada por suas delícias mas no dia em que resolvi me aventurar só um bocado de broncas surgiram, ai deixei a aspirante de cozinheira trancadinha a sete chaves.
Cresci, a cozinha foi esquecida e os fast foods, deliverys e restaurantes se tornaram meus grandes companheiros.
Tudo começou a mudar quando mergulhei em uma grande crise pessoal onde vi que não sabia nada sobre mim. Eu desconhecia qual era meu sabor predileto, qual prato gostava de comer, qual alimento me apetecia, qual música me alegrava, o que me fazia ver as flores do jardim com gratidão.
Mergulhando em busca de descobrir o que fazia meus olhos brilharem entrei de cabeça na cozinha, procurando o tal sabor. No silêncio dos meus pensamentos, na abertura do meu coração, misturava temperos, dizia sim para combinações inusitadas.
Conforme fui fazendo este movimento a cozinha foi se tornando minha grande amiga, um lugar onde me sentia acolhida e segura para saber um bocadinho mais de mim.
Ali consegui sentir quais eram os alimentos que nutriam a alegria em viver, me possibilitavam ver quem eu era, despertavam minhas habilidades.
Este encontro foi se fortalecendo a cada ida à cozinha e um mundo de pratos começou a nascer de minhas panelas cheinhos de sabor. Vinham com sabor do alimento, com sabor que surge quando você reconhece seus dons.
Na palestra A cozinha como caminho de cura, no Festival de Gastronomia Orgânica, fiz um convite: Você já sentiu o sabor de ser quem você é?
E você?
A cozinha pode te ajudar nesta descoberta e te surpreender com o sabor que se revela!
Beijo doce
Anah
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