Enquanto
cozinho aproveito para descobrir um pouquinho mais de mim, observando um tanto
de coisas que estavam guardadas nas gavetas da memória e nem tinha parado para
botar reparo e muito menos reparar.
Revirar esses
arquivos por vezes me faz derrubar lágrimas sobre as vasilhas, mas o sabor que
surge depois, faz valer a pena cada gotinha.
Assim foi quando
mexia a panela e nas voltas da colher fui parar no túnel do tempo. Me vi ainda
criança subindo no banquinho para pegar o biscoito no alto do armário, me
pendurando em suas portas acabei por ficar embaixo dele. O armário despencou
sobre mim e também as broncas de minha mãe.
Assustada,
amedrontada, machucada, eu pedia colo, queria ser cuidada, amada mas a dor só
aumentava com a enxurrada de palavras.
Será que eu
ainda precisava me sentir coitadinha e desamparada ou já podia assumir que fui
um tanto ousada? Será que eu preferia me ater ao medo que paralisa ou seguir em
busca do que quero? Será que eu ainda queria alimentar aquela dor? Será que
tinha sentido aquela dor?
No meio de
tanta pergunta um novo olhar nasceu e a pontada no peito sumiu feito fumaça. Neste
instante escolhi olhar com amor aquela criança amedrontada mostrando a ela que
vale a pena se arriscar, dizer sim para suas vontades, só é preciso avaliar os
caminhos, quantificar os riscos e que cada queda faz brotar um novo saber, não
é motivo para desistir, mas sim um estímulo para seguir em busca de uma nova
rota.
Toda destemida
ela veio gerir as panelas convidando a me aventurar em uma nova receita e foi
assim entre erros e acertos que nasceram as panquequinhas de banana.
Na minha
primeira experiência amassei algumas bananas, juntei flocos de quinoa, água,
canela, óleo de coco. Misturei tudo e levei para frigideira untada já achando
que tinha arrasado, porém na tentativa de virá-las tudo se desmontou, grudou e
uma grande meleca se fez.
Respira e
continua! O que poderia fazer diferente? Pensei em colocar mais óleo na
frigideira, mas as panquequinhas ficaram com uma crosta de fritura e ainda
assim se desfaziam.
Nada de
desistir! Misturei um tanto de farinha de castanha do pará indo em busca de
mais oleosidade, querendo garantir que não grudassem. Amorosamente acolhi as
panquecas que se quebraram novamente.
Vamos lá você
vai conseguir! Nesse momento resolvi acrescentar farinha de quinoa, mexi
integrando os ingredientes e rezando diante do fogo esperava pela hora de
virar. Dessa vez tudo certo, ficaram com uma cara linda, só bastava saber se o
gosto era bom.
Provando um
tantinho acabei por comer um tantão! Ficaram maravilhosas, mas como foi que eu
fiz? Quanto coloquei de cada ingrediente? Foram tantos acertos que me perdi no
meio das tentativas.
Envolvida em muita amorosidade e diversão repeti mais
algumas vezes e aqui está a receitinha pronta para nutrir o espírito
aventureiro que diz Sim para vida!!!
Panquequinhas de banana
Ingredientes
Massa
3 bananas prata
5 colheres de sopa de quinoa em flocos
2 colheres de sopa de farinha de quinoa
1 colher de sopa de óleo de coco
3 colheres de sopa de farinha de castanha do pará
2 colheres de sopa de açúcar de coco
1/2 colher de chá de canela
1 xícara de água
Cobertura
Macadâmia Bliss da Bioporã
Uva passa
Modo de Fazer
Corte a banana em rodelas e liquidifique junto com todos ingredientes .
Unte uma frigideira antiaderente com óleo de coco e leve ao fogo por um minuto, ao fogo médio.
Abaixe o fogo e distribua porções de massa com ajuda de uma colher, sobre a frigideira, fazendo pequenos discos.
Quando a superfície estiver firme vire com a ajuda de uma espátula.
Deixe cozinhar por 3 minutos e retire do fogo.
Repita o processo até terminar a massa.
Cubra com Macadâmia Bliss e uva passa.
Descubra o quanto é bom ser saudável!
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