Eu não sou muito amiga de doces, gosto demais é de comidinhas salgadas, e se fosse me deixar guiar só por minhas vontades minha cozinha ficaria sem eles.
Há alguns anos já fui muito apaixonada por eles, não podia ficar sem uma sobremesa, e quando li o livro Sugar Blues, que revelava o quanto o açúcar é prejudicial aos ossos, encontra-se vinculado a doenças como depressão, é reconhecido por sua capacidade de viciar e por ai a fora pensei: "Isso tudo pode ser verdade, mas eu não vou ficar sem meu pavê, meu sonho, meu brigadeiro."
Do mesmo jeito que fechei o livro, deixei aquele saber bem guardado, não estava pronta para abrir mão dos meus queridos doces e todo aquele conforto que pareciam trazer, acalmando por alguns minutinhos a ansiedade nos dias de tpm, a irritação com o trânsito, a melancolia de uma tarde solitária diante da tv.
Nunca tive a intenção clara e determinada de deixar de lado meus queridinhos até que resolvi abrir mão do glúten e lactose, depois conto como isso aconteceu. Eu estava firme e realmente comprometida com minha intenção, porém quando uma vontade por doces surgia eu não encontrava em nenhuma doceira, padaria ou mercado nenhuma guloseima que não tivesse glúten e lactose, e assim acabava por desistir do tal doce.
Após alguns meses percebi que não estava mais consumindo açúcar e nas festas de criança eu não salivava diante do brigadeiro querendo vários deles, aliás eles nem mais piscavam pra mim. Eu quase não acreditava no que acontecia comigo, a inquietude pré menstrual serenou e eu não precisava dos tabletes de chocolate para me acalmar, nas ruas congestionadas passei a observar a paisagem ao redor ao invés de mergulhar a mão em um pacote de bolachas, e a solidão diante da tv acompanhada por pães açucarados deram lugar a passeios no parque, idas ao cinema, risos com amigos.
Aprendi que é necessário respeitar o tempo certo para se dar cada passo, e que somente assim é possível apreciar o caminhar para uma alimentação saudável.
Hoje preparo alguns doces em minha cozinha, sabedora de que muitos são loucos por eles assim como eu já fui. Cozinho inspirada pela vontade de facilitar a transição para um modo de vida cheio de amor e alegria, do qual provo um bocadinho mais a cada dia.
Nas aulas Descobrindo novos sabores estarei contando como fiz para conquistar uma alimentação saudável e ensinando o caminho para que você também alcance esta conquista mantendo o prazer à mesa.
Fiz estas bolachinhas pra você desfrutar do doce e do sabores da vida.
Bolachinhas de gengibre
Ingredientes
1/4 de xícara de farinha de arroz
1/4 de xícara de farinha de quinoa
1/4 de xícara de farinha de amêndoa
1/2 xícara de açúcar de coco
3 colheres de sopa de manteiga de amêndoa
1 colher de sopa de óleo de coco
3 colheres de chá de gengibre em pó
2 colheres de sopa de água
Modo de fazer
- Em um bowl misture os ingredientes secos, farinha de arroz, farinha de quinoa, farinha de amêndoa , açúcar de coco e gengibre.
- Acrescente a manteiga de de amêndoa, o óleo de coco e a água.
- Misture com as mãos integrando todos ingredientes.
- Com as mãos estenda a massa em uma assadeira anti aderente.
- Nivele a massa com espessura fina, se preferir pode usar um rolo de abrir massas.
- Com uma faca trace losangos sobre a massa, fazendo cortes verticais paralelos seguidos por cortes diagonais paralelos.
- Leve para assar em forno pré aquecido 180°C por 10 minutos.
- Retire do forno e distribua os biscoitos sobre uma grade para esfriar.
- Parta os biscoitos com as mãos e sirva.
Você pode substituir a farinha de quinoa por farinha de aveia, a farinha de amêndoa por farinha de castanha do pará, pode por pitadas de canela, raspas de limão, pode dar asas a sua intuição e trazer seu toque especial.
Outro dia conto porque prefiro açúcar de coco.
Aprecie cada bocadinho, faz do seu jeitinho e conta pra mim o que achou, como fez.
Beijo doce
Anah Locoselli
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